Como parar de descontar as emoções na comida: estratégias psicológicas que funcionam

Psicóloga e pós-graduanda em Psiconutrição. Atua com Terapia do Esquema e atendimentos online, ajudando mulheres a fortalecerem sua autoestima e a construírem uma relação saudável com a comida.

CRP-PR 08/35178


Você sente que come por impulso quando está triste, ansiosa ou estressada?

Se a resposta for sim, saiba que você não está sozinha. Descontar emoções na comida é algo comum, especialmente entre mulheres que vivem sob constante pressão para dar conta de tudo e ainda manter o corpo “em dia”. A boa notícia é que existe um caminho de mudança — e ele começa com consciência, acolhimento e estratégias certas.

Neste artigo, você vai entender:

  • Por que comemos por emoção
  • Como identificar o ciclo da alimentação emocional
  • Estratégias psicológicas eficazes para romper esse padrão
  • Quando procurar ajuda profissional

O que é comer emocionalmente?

Comer emocionalmente é usar a comida como um recurso para lidar com emoções difíceis. Ao invés de sentir, nomear e acolher o que está acontecendo internamente, a pessoa busca alívio imediato através da alimentação — geralmente com alimentos ricos em açúcar, gordura ou sal.

Isso não tem a ver com “falta de força de vontade”, mas sim com um padrão emocional que pode estar enraizado há anos. Muitas vezes, a comida representa conforto, proteção, distração ou anestesia.

Por que você desconta emoções na comida?

Existem várias razões pelas quais isso acontece. As mais comuns são:

  • Regulação emocional: a comida entra como um “remédio rápido” para emoções como tristeza, solidão, raiva ou tédio.
  • Recompensa: após um dia estressante ou difícil, o alimento é usado como forma de compensação.
  • Crenças aprendidas: frases como “engole o choro” ou “come que passa” acabam moldando um comportamento de repressão emocional e recompensa através da comida.
  • Dificuldade de nomear emoções: quando não conseguimos identificar o que estamos sentindo, buscamos algo para amenizar a angústia.

Como identificar o ciclo da alimentação emocional

O primeiro passo para mudar esse padrão é reconhecer o ciclo. Ele costuma seguir um roteiro assim:

  1. Gatilho emocional: algo te frustra, entristece ou deixa ansiosa.
  2. Desejo súbito por comida específica (geralmente hiper palatável).
  3. Comer rápido e sem atenção plena.
  4. Sensação de culpa, arrependimento ou vergonha.
  5. Promessa de “nunca mais fazer isso” – até o ciclo recomeçar.

Identificar esse ciclo é fundamental para quebrá-lo. A terapia pode ajudar muito nesse processo de autoconhecimento.

Estratégias psicológicas que funcionam

Agora vamos ao que você mais quer saber: como mudar esse padrão?

1. Acolha a emoção antes de recorrer à comida

Pergunte-se:
👉 O que estou sentindo agora?
👉 O que eu realmente preciso neste momento?

Nomear a emoção já ajuda a reduzir sua intensidade. Lembre-se: sentir não é fraqueza — é humanidade.

2. Crie um diário emocional-alimentar

Escreva:

  • Quando sentiu vontade de comer fora de hora
  • O que estava sentindo
  • O que comeu
  • Como se sentiu depois

Esse exercício simples pode te trazer muitos insights e revelar padrões que você nunca tinha percebido.

3. Pratique o comer consciente

O comer consciente (ou mindful eating) é uma prática poderosa. Ele consiste em:

  • Comer com atenção plena, sem distrações (celular, TV, etc.)
  • Mastigar devagar
  • Prestar atenção no sabor, textura e saciedade

Isso te ajuda a diferenciar fome física de fome emocional.

4. Identifique alternativas para lidar com emoções

Pergunte-se: O que posso fazer além de comer para cuidar de mim agora?

Algumas alternativas:

  • Tomar um banho relaxante
  • Fazer uma caminhada curta
  • Respirar profundamente
  • Escrever num caderno
  • Ouvir uma música que te acalma
  • Falar com alguém de confiança

É sobre construir novas respostas emocionais.

5. Cuide das suas necessidades emocionais reais

Às vezes, o que você precisa não é de comida — é de afeto, descanso, reconhecimento ou espaço para sentir.
A comida nunca foi o problema real — ela apenas ocupou o lugar de algo que estava faltando.

E quando a alimentação emocional vira compulsão?

Se os episódios de comer emocional se tornarem frequentes, intensos e te causarem muito sofrimento, isso pode evoluir para um quadro de compulsão alimentar. Os sinais de alerta incluem:

  • Sensação de descontrole ao comer
  • Comer escondido por vergonha
  • Comer até sentir dor ou desconforto físico
  • Sofrimento emocional intenso após os episódios

Nesse caso, procurar ajuda psicológica é essencial. Um profissional pode te ajudar a entender a raiz emocional desses comportamentos e criar estratégias personalizadas para lidar com isso.

Terapia é só para “casos graves”? De jeito nenhum.

Você não precisa esperar “chegar no fundo do poço” para buscar ajuda. A terapia é um espaço seguro onde você pode se ouvir, se acolher e se reconstruir com mais consciência, autoestima e liberdade emocional.

Se você percebe que tem usado a comida como válvula de escape, talvez esse seja o momento de olhar com mais carinho para você.

É possível mudar — com acolhimento, não com culpa

Parar de descontar emoções na comida não é sobre se privar, se punir ou seguir uma dieta restrita. É sobre desenvolver uma nova relação com suas emoções e com seu corpo. É um processo, e cada passo importa.

Lembre-se: você merece cuidar de você com respeito, presença e compaixão.

💬 Quer conversar sobre isso?

Se você se identificou com este texto e quer entender melhor como a terapia pode te ajudar a sair desse ciclo, estou aqui para te ouvir. Atendo online, com foco em mulheres que enfrentam desafios emocionais, alimentares e de autoestima — especialmente aquelas que vivem no exterior ou se sentem sobrecarregadas.

Atendimento psicológico online com foco em Terapia do Esquema e Psiconutrição.
Este site é informativo e não substitui avaliação ou acompanhamento psicológico, médico ou nutricional.

2025 Ana Caroline Belekewice – CRP 08/35178. Todos os direitos reservados.