Compulsão Alimentar Tratamento

Psicóloga e pós-graduanda em Psiconutrição. Atua com Terapia do Esquema e atendimentos online, ajudando mulheres a fortalecerem sua autoestima e a construírem uma relação saudável com a comida.

CRP-PR 08/35178

A Compulsão Alimentar Tratamento é essencial para mulheres que enfrentam episódios frequentes de ingesta descontrolada de alimentos e sentem que perdem o controle. Neste artigo técnico, escrito por uma psicóloga especialista na abordagem da Terapia do Esquema, você encontrará informações atualizadas sobre causas, diagnóstico, principais abordagens terapêuticas e como manter o equilíbrio.

O que é a compulsão alimentar?

A compulsão alimentar, também chamada de transtorno da compulsão alimentar (Binge Eating Disorder – BED), envolve episódios recorrentes de consumo de grandes quantidades de comida em curto período (geralmente <2 h) com sensação de falta de controle, sem uso de métodos compensatórios como purgação. Esses episódios são geralmente seguidos por intensos sentimentos de culpa, vergonha e angústia emocional.

Diferença entre fome física e emocional

  • Fome física: surge gradualmente, está ligada a sinais fisiológicos e se satisfaz com a ingestão adequada.
  • Fome emocional: aparece repentinamente, está ligada a emoções específicas como estresse, ansiedade, solidão ou tédio, e não se satisfaz mesmo após a ingestão.

Sintomas comuns

  • Comer grandes quantidades mesmo sem fome física
  • Comer até sentir desconforto físico intenso
  • Comer escondido ou com sensação de perda total de controle
  • Sentimentos de desgosto pessoal, vergonha e arrependimento

Causas da compulsão alimentar

O transtorno da compulsão alimentar é multifatorial, envolvendo aspectos biológicos, psicológicos e sociais:

Fatores psicológicos

  • Histórico de traumas, negligência emocional ou abuso
  • Baixa autoestima e perfeccionismo
  • Dificuldades em lidar com emoções negativas
  • Uso da comida como forma de regulação emocional

Fatores biológicos

  • Alterações nos neurotransmissores como dopamina e serotonina
  • Predisposição genética para transtornos alimentares
  • Respostas cerebrais alteradas ao prazer e recompensa alimentar

Fatores sociais e culturais

  • Pressão estética e culto à magreza
  • Cultura da dieta e mensagens contraditórias sobre alimentação
  • Influência das redes sociais e comparação constante

Diagnóstico da compulsão alimentar

Como é feito o diagnóstico clínico

Baseia-se nos critérios diagnósticos do DSM‑5. Os principais requisitos incluem episódios de compulsão alimentar recorrentes (pelo menos uma vez por semana durante três meses), ausência de comportamentos compensatórios, e sofrimento psicológico associado.

Quando procurar ajuda profissional

  • Quando os episódios se tornam frequentes e afetam o bem-estar
  • Quando há sofrimento psíquico intenso e isolamento social
  • Quando a alimentação passa a ser o principal meio de lidar com emoções

Profissionais envolvidos

Uma equipe interdisciplinar oferece melhor resultado:

  • Psicólogo (Terapia do Esquema, TCC, etc.)
  • Psiquiatra
  • Nutricionista especializado em comportamento alimentar
  • Clínico geral e outros conforme necessidade

Compulsão alimentar tratamento: abordagens mais eficazes

Psicoterapia

A psicoterapia é a base do tratamento e visa reestruturar os padrões de pensamento, emoção e comportamento associados à compulsão alimentar:

  1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
    • Foca na identificação e modificação de pensamentos disfuncionais
    • Introduz técnicas de autorregistro alimentar, reestruturação cognitiva e exposição com prevenção de resposta
  2. Terapia Interpessoal (IPT)
    • Trabalha conflitos interpessoais e papéis sociais que influenciam a autoestima e o comportamento alimentar
  3. Terapia Dialética Comportamental (DBT)
    • Ensina habilidades de regulação emocional, mindfulness e tolerância ao desconforto emocional
  4. Terapias complementares (CEBT)
    • Integra TCC com práticas de aceitação e atenção plena, útil em casos resistentes

Terapia do Esquema

A Terapia do Esquema é especialmente indicada quando há esquemas emocionais rígidos e autodepreciativos. O foco é identificar esquemas centrais como:

  • Privação emocional: sensação de que as necessidades emocionais nunca serão atendidas
  • Abandono/instabilidade: medo constante de perda ou rejeição
  • Crítica punitiva: tendência a se autocriticar excessivamente

A técnica utiliza práticas vivenciais, diálogo socrático, visualizações e técnicas de cadeira para ressignificar experiências passadas. Com o tempo, promove maior autocompaixão e autonomia emocional.

Medicamentos indicados

  • Lisdexanfetamina (Vyvanse): reduz impulsividade e frequência dos episódios
  • Fluoxetina e outros SSRIs: ajudam em quadros com depressão e ansiedade associadas
  • Topiramato: atua na impulsividade e controle alimentar
  • Agonistas GLP‑1: reduzem a fome, mas exigem cautela e supervisão médica rigorosa

Estratégias nutricionais

  • Alimentação fracionada e estruturada
  • Redução da mentalidade restritiva e dietas extremas
  • Introdução da alimentação intuitiva com acompanhamento psicológico

Práticas complementares

  • Atividades físicas prazerosas
  • Meditação e mindfulness
  • Participação em grupos terapêuticos e de apoio mútuo

Barreiras no tratamento e como superá-las

DesafioEstratégia
Estigma socialCampanhas de conscientização e acolhimento no ambiente terapêutico
Autocrítica excessivaTécnicas de compaixão e ressignificação de esquemas
Ambientes disfuncionaisPsicoterapia familiar e psicoeducação
Acesso limitadoAtendimento online, serviços públicos, planos acessíveis

O papel do apoio familiar e social

  • Educação dos familiares sobre o transtorno
  • Participação ativa em sessões de orientação ou terapia familiar
  • Apoio emocional e validação das experiências da paciente
  • Inclusão da rede de apoio como parte do processo terapêutico

Compulsão alimentar tem cura?

Embora o termo “cura” possa não se aplicar em todos os casos, o transtorno pode ser efetivamente controlado e levado à remissão. Isso envolve o desenvolvimento de uma nova relação com a comida, com o corpo e consigo mesma, mediado por uma terapia de base sólida, suporte nutricional e farmacológico quando necessário.

Um novo capítulo para a saúde mental e emocional

Mulheres diagnosticadas com transtorno da Compulsão Alimentar Tratamento podem encontrar um caminho de recuperação sustentável e libertador. Com o apoio adequado, é possível romper ciclos emocionais antigos, adquirir novas formas de lidar com sentimentos e alcançar uma vida mais equilibrada e com bem-estar duradouro.

Este artigo é informativo e não substitui a avaliação e o acompanhamento psicológico profissional. Se você enfrenta dificuldades com alimentação ou imagem corporal, procure um psicólogo qualificado. 

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Este site é informativo e não substitui avaliação ou acompanhamento psicológico, médico ou nutricional.

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